Liderando a nacionalização da produção da poliamida no Brasil

Importar produtos e insumos é algo muito comum devido à globalização. No entanto, conquistar o direito de produzir ele internamente é muito importante – tanto para a indústria, quanto para o consumidor. A nacionalização de mercadorias assegura benefícios econômicos para o país, uma vez que, após esse processo, ela pode circular livremente em todo território nacional.

E, diante desse cenário e com um investimento adicional de 35 milhões de reais, a BASF concluiu em 2023 um projeto fundamental para integrar a produção e expandir a capacidade de fornecimento para o mercado de plásticos de engenharia na América do Sul. O objetivo é aumentar a produção brasileira de poliamida 6.6, que atualmente enfrenta um ambiente de negócios extremamente competitivo. No total, o projeto exigiu um investimento global de mais de 1,4 bilhão de euros nos últimos 5 anos, que foi aplicado principalmente na expansão do portfólio de poliamidas da BASF para consumo nacional e regional.

O aumento da produção é uma resposta às necessidades do mercado sul-americano.

"Este investimento reforça nosso compromisso de longo prazo no Brasil", diz Fernando Barbosa, vice-presidente de Materiais de Performance da BASF para a América do Sul. "Ao produzir a matéria-prima chave para a poliamida 6.6 em nossa fábrica, aumentamos a segurança de nosso fornecimento e somos capazes de reduzir efluentes e emissões."

De acordo com o relatório da Mordor Market Intelligence, o tamanho  do mercado de poliamida na América do Sul é estimado em 0,89 bilhão de dólares em 2023 e deve chegar a 1,30 bilhão de dólares até 2029.

Esse aumento acentuado se deve a uma série de fatores. Os plásticos de engenharia se destacam por suas características técnicas, oferecendo alta resistência mecânica e química, boa rigidez, estabilidade térmica e excelente desempenho ao longo do tempo. Eles são usados principalmente em bens duráveis, como peças automotivas, eletrodomésticos e componentes eletroeletrônicos.

Conforme descrito no relatório, o uso de poliamidas na indústria automotiva está testemunhando o crescimento mais rápido, porque as peças de metal estão sendo cada vez mais substituídas por peças de plástico leves. Outro exemplo é o aumento da demanda por produtos eletrônicos de consumo, agrícola e outros produtos industriais na região. Em alguns desses produtos, também tem poliamida da BASF.

Na pole position

A BASF é a maior fabricante de plásticos de engenharia do mundo, incluindo as Poliamidas 6 e 6.6 fabricadas na América do Sul. Como parte de sua linha Ultramid®A, elas são produzidas principalmente na fábrica de Batistini, em São Bernardo do Campo (SP).

A liderança da BASF nessa área é resultado de seus investimentos substanciais. Parte do projeto foi a aquisição da fábrica de plásticos de engenharia da Solvay, que culminou na construção de uma nova linha de produção de Sal de Nylon, intermediária necessária para completar a integração da cadeia produtiva da poliamida 6.6 no país. O sal de nylon é um ingrediente chave em poliamidas.

Como resultado, houve um aumento de 15% na capacidade para os diferentes mercados que a BASF fornece na América do Sul. Os investimentos da companhia ajudaram a financiar uma série de melhorias contínuas na fábrica do Batistini desde sua criação, há 30 anos, incluindo a modernização de processos de produção e laboratórios e o aumento dos recursos para pesquisa e desenvolvimento.

"O investimento nos possibilitou incluir uma nova tecnologia no Brasil. Tivemos o apoio da nossa fábrica na Coreia do Sul e na Alemanha no desenvolvimento do projeto e treinamento das equipes", disse Barbosa.

Impulsionando a circularidade na cadeia

A outra coisa boa sobre as poliamidas é que elas podem ser recicladas!

A BASF sempre demonstrou liderança no combate à poluição plástica e, como parte do investimento, a empresa iniciou um projeto chamado Circulaí. Baseado no conceito de economia circular, o objetivo é manter produtos e materiais em uso o maior tempo possível. Quando se trata de plástico, seguir princípios circulares é mais importante do que nunca.

O projeto nasceu quando dois colaboradores inovadores da fábrica de Batistini, o representante técnico Rodrigo Pereira e o coordenador de negócios Pedro Zandonadi, tiveram a ideia de recolher e reaproveitar as sobras que sobram durante o processo de injeção dos nossos clientes. 

Durante a produção, o plástico é fundido em uma máquina de moldagem por injeção de plástico. Esse processo utiliza 95% dos materiais, mas a quantidade que sobra ao redor dos contornos do molde, cerca de 5%, é considerada sucata.  Pereira e Zandonadi desenvolveram um programa de reaproveitamento das sucatas.

Os clientes interessados em participar do Circulaí são cadastrados como fornecedores e recebem treinamentos que incluem desde a separação de materiais, armazenagem, até a emissão de nota fiscal. Depois de usar os produtos de poliamida, os clientes devolvem seu próprio material de sucata para a BASF, que são usados no próximo ciclo de produção. Nesse modelo, o cliente pode se tornar um fornecedor de materiais para o programa, ou comprar um material do portfólio de materiais com conteúdo reciclado.

O impacto global

Graças ao seu compromisso dedicado com a neutralidade climática, a BASF tem várias iniciativas voltadas para a eficiência energética no Batistini. Em 2022, por exemplo, as emissões de CO2 do consumo de eletricidade foram zeradas, garantindo o Certificado Internacional de Energia Renovável, o I-REC. Ao reduzir o consumo de energia na produção de poliamidas 6.6, a empresa consegue produzir mais usando o mesmo equipamento, consumindo menos energia.

Outros benefícios incluem: 

• redução do consumo de gás natural
• menor necessidade de tratamento de efluentes (que também requer energia)
• integração da Cadeia de Suprimentos
• segurança do aprovisionamento em matérias-primas
• não há transporte rodoviário diário para entrega de materiais
• confiabilidade da produção e entrega aos clientes
• menor consumo de energia e menor pegada de carbono no produto final, Poliamida 6.6

E por último, mas não menos importante, o projeto de integração da cadeia produtiva da poliamida 6.6 também gerou novos empregos e oportunidades de capacitação. Metade das vagas abertas com a integração da cadeia foi preenchida por mulheres e, em parceria com o SENAI, a BASF iniciou um curso de 100 horas para capacitar operadores de processos químicos. As mulheres desempenharam papéis operacionais e de liderança importantes durante todo o projeto. A BASF é uma empresa dedicada a garantir representatividade e equidade em toda a cadeia de valor. Hoje, mais de um terço dos cargos da empresa na América do Sul são ocupados por mulheres, tornando a BASF uma empresa cada vez mais inclusiva, com representação plena de grupos minoritários.

Responsabilidade Social: O Jeito E da BASF

Projetos como o Circulaí, que promovem a reciclagem e reutilização de materiais plásticos (as poliamidas 6 e 6.6) é mais uma iniciativa que reforça o Jeito E da BASF de criar química para um futuro sustentável para a sociedade E meio ambiente, unindo produção E sustentabilidade; indústria E ecoeficiência; economia E redução de resíduos; eficiência energética E menos emissões.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Objetivo 9: Indústria, Inovação e Infraestrutura - Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação 

Objetivo 12: Consumo e Produção Responsáveis - Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis