Sustentabilidade

Polinizando sustentabilidade pelo mundo

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Embrapa e Abelhas

Desafio

Preservar a biodiversidade brasileira por meio de uma parceria da divisão de soluções para Agricultura da BASF e a Embrapa Soja, que visa estudar o protocolo de convívio entre apicultura e sojicultura em algumas das principais regiões produtoras do Brasil.  

A Terra é um ecossistema em constante transformação, lar de milhares de seres vivos, que dividem o espaço com os seres humanos. Segundo cálculos publicados por cientistas do Censo da Vida Marinha na revista PloS Biology, uma das publicações científicas mais relevantes da área biológica, estima-se que existam entre 8 a 9 milhões de espécies entre animais, plantas e outros tipos de organismos no mundo. Cada um deles desempenha um papel fundamental no equilíbrio dos ecossistemas, na preservação da diversidade genética e na contribuição para a medicina e a biotecnologia.

 

Nessa imensidão de seres, um grupo específico tem chamado a atenção nos últimos anos: os insetos, mais especificamente os insetos polinizadores. Esses pequenos agentes, como abelhas e borboletas, desempenham um papel crucial na manutenção da biodiversidade e na sustentabilidade em todo o mundo, facilitando a reprodução de várias espécies vegetais por meio do processo de polinização, um dos serviços ecossistêmicos prestados pela natureza.

 

O pólen é transferido das partes masculinas (anteras) das flores para as partes femininas (estigmas), permitindo a fertilização e a produção de sementes e frutos - daí o nome “polinização”. Além dos insetos, esse processo também pode ocorrer por meio do vento e da água, ou até com a ajuda de outras espécies de animais, como pássaros e morcegos.

Porém, nos últimos anos, houve um declínio preocupante nas populações desses insetos em todo o mundo. Um estudo publicado na revista Nature Communications estimou que as populações de borboletas na Europa diminuíram em média 33% entre 1990 e 2017. Outro estudo, desta vez publicado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), mostra que a destruição do habitat natural é uma ameaça significativa para muitas espécies de polinizadores em todo o mundo.

 

Esse cenário acende um alerta em todas as regiões, mas principalmente nos maiores países produtores, como o Brasil. Isso porque alguns cultivos, como café,maracujá, maçã, morangos, abacate, melancia e cacau, são totalmente dependentes da polinização. Outras culturas, como a soja, não dependem diretamente da polinização dos insetos, mas podem aumentar substancialmente a sua produtividade com a contribuição desses agentes externos.

 

A partir desse panorama, a BASF busca a criação e promoção de processos cada vez mais sustentáveis para o futuro, além de fomentar cada vez mais a produtividade dos agricultores brasileiros. Foi com esse objetivo que, na safra de 2022/23, a companhia se uniu à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com um acordo de cooperação técnica e financeira para validar um modelo tecnológico pautado em boas práticas agrícolas, apícolas e de comunicação.

 

O intuito do projeto, que tem duração de três anos (2022-2025), é promover a convivência harmônica entre produtores de soja e de abelhas, a partir de ações conjuntas em três importantes regiões produtoras do Brasil: Paraná (Maringá), Mato Grosso do Sul (Dourados) e Rio Grande do Sul (São Gabriel). A partir da validação de um protocolo de boas práticas agrícolas, BASF e Embrapa pretendem comprovar que o desenvolvimento das atividades em espaços integrados pode ser benéfico para os dois setores.

 

O pesquisador Décio Gazzoni, da Embrapa Soja, que está à frente dos trabalhos, explica que vários fatores podem afetar os polinizadores. “A aplicação indevida de defensivos pode causar redução especialmente de abelhas, ou algumas outras disfunções, mas na minha opinião, esses não é o fator mais importante. A causa mais importante, referendada por diversos autores, é a perda de habitat. A derrubada de matas, os locais onde os polinizadores habitam, onde eles nidificam, coletam recursos e alimentos. Também temos outras causas como mudanças climáticas, que estão afetando a disponibilidade de alimentos e a própria biologia dos polinizadores, além da questão de pragas e doenças”, explica.

 

Especificamente sobre os defensivos agrícolas e a produção de grãos, Gazzoni destaca que outros autores, além da Embrapa, têm demonstrado que é possível fazer integração entre polinizadores respeitando as boas práticas agrícolas. “A experiência mostra que, se as boas práticas agrícolas forem seguidas, com um bom manejo de pragas e boa tecnologia da aplicação, praticamente se elimina o problema de mortalidade de abelhas devido ao uso de pesticidas”, declara.

 

Para o acompanhamento das atividades da iniciativa, será criado um protocolo de Boas Práticas Agrícolas e Apícolas, cuja função é orientar as ações dos grupos de trabalho de sojicultores e apicultores participantes. Depois de validados, os resultados irão compor uma cartilha contendo um conjunto de práticas sustentáveis para a produção de soja com baixo impacto na criação de abelhas. A cartilha também conterá boas práticas apícolas para instalação de apiários próximos às lavouras de soja. 

De acordo com os primeiros resultados do estudo, a presença de uma população adequada de abelhas próximo à lavoura de soja aumenta a produtividade da soja. Esse fato confirma o que já havia sido comprovado em pesquisas anteriores da Embrapa, que demonstraram incrementos de produtividade de 13%, na média de diversos anos de pesquisa. Na colheita, foi observado mais vagens com três grãos, algumas com quatro, e praticamente não existiu vagem chocha, além depoucas com apenas um grão. 

Ao mesmo tempo, os apicultores também se beneficiam. Foi observado que os apicultores que colocam seus apiários perto de lavouras colhem até 50 kg de mel por colmeia durante a florada da soja, o que representa mais do que o dobro da média brasileira, que é de 19 kg de mel por caixa, por ano. “E a natureza também se beneficia, porque ao aumentar a produtividade da soja, ocorre uma redução equivalente das emissões de gases de efeito estufa”, ressalta o pesquisador Décio Gazzoni, da Embrapa Soja.

Outro benefício é o maior período de safra de mel, com a produção ocorrendo por até 11 meses por ano. “A polinização na soja tem uma grande vantagem pra gente, e o lucro depois, consorciado na soja e na apicultura, é uma renda extra que temos. Fazemos uma colheita bacana de mel de duas a três vezes no ano”, afirma Rodrigo Casado, produtor de soja e de mel de Maringá (PR), que participou dos estudos.

O gerente de Stewardship e Sustentabilidade da Divisão de Soluções para Agricultura da BASF, Maurício do Carmo Fernandes, reforça a importância da pesquisa para a biodiversidade. “É essencial encontrarmos maneiras efetivas de preservamos os polinizadores, como as abelhas, não só para garantir a produtividade da agricultura, mas também mantermos o equilíbrio dos nossos ecossistemas naturais. É uma interação em que todos saem ganhando”, afirma.

A união entre BASF e Embrapa é outro fator relevante no processo. “Temos a meta de promover as boas práticas agrícolas. Parcerias como essa nos permitem avançar na pesquisa e desenvolvimento de soluções, garantindo cada vez mais segurança alimentar com sustentabilidade e desenvolvimento econômico. Muito do legado da agricultura brasileira que já foi construído até hoje tem o trabalho da Embrapa envolvido”, finaliza o gerente.

 

A parceria entre a BASF e a Embrapa também resultou em uma websérie com vídeos sobre diversos assuntos relacionados ao tema, como a união entre sojicultores e apicultores, qualidade do mel “de soja”, o calendário do cultivo em detalhes, tecnologia de aplicação de insumos, entre outros assuntos.

Todos os vídeos estão disponíveis ao público na Fazenda BASF, o hub de conteúdo do agronegócio da BASF. Ao acessar, é necessário inserir um e-mail e entrar no espaço virtual do Auditório, clicando na tela à direita. 

A parceria entre a BASF e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) faz parte de um movimento crescente que inclui agricultores, empresas e cientistas inovadores que estão comprometidos com um sistema agrícola mais sustentável – ambientalmente, economicamente e socialmente. A promoção dessa pesquisa aumenta o valor da BASF para seus stakeholders no Brasil e no mundo.

Este é mais um exemplo do “jeito E” da BASF, que busca unir produtividade E sustentabilidade. É assim que criamos química para um futuro sustentável e contribuímos para um mundo que oferece mais qualidade de vida para todos.

A parceria entre a BASF e a Embrapa é bem-sucedida nos seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU):

  • Objetivo 2: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.
  • Objetivo 12: Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis
  • Objetivo 15: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade