Transformando desafios em oportunidades
Como a Suvinil tem aplicado a Economia Circular em suas operações
Desafio
Da produção ao pós-consumo: saiba como a marca sexagenária está enfrentando os novos desafios ambientais de forma colaborativa e propondo movimentação dentro e fora do setor.
Circularidade – uma palavra de ordem
Diante dos novos desafios globais, o modelo de economia linear tem se mostrado incapaz de atender às atuais necessidades econômicas e ambientais. Nesse contexto, a Economia Circular ganha destaque como uma alternativa estratégica, focada em promover a reutilização, a reciclagem e a redução do desperdício, alinhando produção e consumo a práticas mais sustentáveis.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mais de R$ 8 bilhões em materiais são descartados anualmente em aterros e lixões no Brasil, sem aproveitamento para reciclagem. E um levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU) revela que a humanidade gera cerca de 2,24 bilhões de toneladas de resíduos sólidos por ano, dos quais apenas 55% são tratados em instalações controladas. Esses dados reforçam a urgência de adotar medidas eficazes para a gestão sustentável dos resíduos.
Em 2024, o governo brasileiro lançou sua primeira Estratégia Nacional de Economia Circular, com o objetivo de impulsionar a transição do modelo linear para o circular e promover um crescimento econômico duradouro e consciente. A iniciativa incentiva o uso eficiente dos recursos naturais e a adoção de boas práticas sustentáveis ao longo de toda a cadeia produtiva.
No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) já havia estabelecido diretrizes para a gestão desses resíduos, exigindo transparência dos setores no gerenciamento de seus descartes. Embora não tenha incorporado plenamente os conceitos da economia circular, a PNRS menciona a logística reversa como um instrumento para o desenvolvimento econômico e social.
A Suvinil na vanguarda do tema
Com mais de 60 anos de história, a Suvinil tem acompanhado as mudanças de cenário e as pautas emergenciais da sociedade. E há mais de duas décadas, a marca adota uma visão voltada para o desenvolvimento sustentável, investindo em ações para aprimorar seus processos produtivos, visando minimizar os impactos ambientais e provocar positivamente a sociedade.
Entre suas principais iniciativas estão os programas Zero Aterro, Reuso de Água e Economia Circular, reforçando o compromisso da Suvinil com práticas responsáveis e sustentáveis em todas as etapas da cadeia produtiva.
Sob essa premissa, foram desenvolvidas ações que envolvem investimentos, tecnologias e inovação para reduzir impactos e resíduos, tendo a circularidade como principal norte. Esse trabalho está alinhado à visão da BASF, que, assim como a Suvinil, acredita que o futuro é moldado pelas ações do presente.
A Suvinil estabeleceu duas metas principais: reduzir em 40% a pegada de carbono específica (emissões em relação ao volume de produção) até 2030, abrangendo os Escopos 1 e 2, e alcançar a neutralidade de carbono até 2050 (Net Zero). Em 2023, a empresa já conseguiu reduzir 50% de sua pegada de carbono, principalmente devido à certificação I-REC, que garante a aquisição de energia de fontes renováveis.
“Sabemos que os desafios de hoje são diferentes dos de duas décadas atrás. Por isso, estamos atentos às novas demandas dos consumidores e do mercado, buscando nos adaptar, inovar e investir em tecnologias que reforcem nossa relevância em sustentabilidade e atuação responsável no setor. A Economia Circular tem se mostrado uma estratégia promissora, com elevado potencial para gerar resultados ambientais e econômicos”, diz Marcos Allemann, Vice-Presidente das Tintas Decorativas BASF para a América do Sul.
Entendendo o conceito
O conceito da Economia Circular baseia-se em princípios como extração, transformação, consumo, manutenção, reparação, reutilização, reciclagem e tratamento para descarte consciente. Essa abordagem estratégica contribui significativamente para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), promovendo um desenvolvimento econômico mais sustentável e equilibrado.
Anunciados em 2015, os ODS tornaram a sustentabilidade um imperativo estratégico para as empresas. Juntos, eles constituem um chamado universal à ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que, até 2030, todas as pessoas desfrutem de paz e prosperidade, visando um futuro mais equilibrado para todas as pessoas e a natureza.
Um pouco de estratégia
Os princípios ESG orientam a estratégia da Suvinil com consistência e propósito, refletindo uma trajetória sólida em desenvolvimento sustentável, iniciada antes mesmo de a sustentabilidade se tornar uma prioridade no contexto empresarial. A atuação é marcada por uma presença ativa e ações consistentes em três frentes:
E – Ambiental: A Suvinil investe em projetos voltados à redução de impactos ambientais, alinhados a uma visão de economia circular.
S – Social: Promove capacitação e educação como motores para a prosperidade social.
G – Governança: Adota os padrões da BASF, com foco em responsabilidade, transparência e metas globais bem definidas.
Economia Circular na produção
Desde 2010, a Fundação Eco+, consultoria e centro de pesquisa para sustentabilidade, iniciou estudos na fábrica da Suvinil, localizada em São Bernardo do Campo (SP) para mapear toda a cadeia de valor. O projeto reuniu 11 iniciativas focadas na otimização e reaproveitamento de matérias-primas, melhorias logísticas para reduzir viagens de caminhão, eficiência energética e uso consciente de recursos hídricos, formando o programa Suvinil+ Ecoeficiente.
Em 2021, a iniciativa foi expandida para a unidade de Jaboatão dos Guararapes (PE), também especializada na produção de tintas decorativas, oferecendo dados essenciais para que gestores equilibrem impactos ambientais e econômicos. Ao longo de 14 anos, a fábrica de São Bernardo registrou reduções significativas: 35% nas emissões de CO₂ por tonelada de tinta, 66% no consumo de diesel, 29% no uso de água e 11% na energia elétrica.
Esses avanços elevaram o indicador de ecoeficiência da produção para 28%, e, entre 2022 e 2023, houve uma redução de 8% no impacto ambiental e de 12% nos custos econômicos. Além das melhorias ambientais, o investimento impactou positivamente a saúde dos colaboradores, diminuindo a exposição a produtos químicos e ruídos por meio da aquisição de novas máquinas.
Como resultado desse desempenho, o complexo recebeu recomendação para a certificação internacional ISO 50001, que reconhece políticas e processos voltados à eficiência energética e ao uso consciente de energia. Recentemente, o parque fabril da marca de tintas, ainda passou por uma relevante Modernização, graças a um investimento de R$ 50 milhões. Totalmente idealizada no Brasil em parceria com empresas alemãs, essa iniciativa tem promovido maior eficiência nas formulações e processos, além de melhorar a saúde e o bem-estar dos colaboradores.
Neste primeiro ano, a modernização já trouxe resultados significativos, como a redução de 37% nas emissões de gases de efeito estufa (GEEs) por tonelada de tinta produzida, 63% no consumo de energia elétrica, 47% no consumo de água e 15% na geração de resíduos. Esses indicadores refletem uma diminuição total de 33% no impacto ambiental da empresa. Além disso, mais de 90% do catálogo de produtos à base de água já é produzido com essa nova tecnologia, reafirmando o compromisso da Suvinil com práticas sustentáveis.
Economia Circular no pós-consumo
Em uma solução que une os seus dois principais objetivos – ser a marca de tintas mais sustentável do Brasil e a número um na facilitação da jornada de pintura – a fabricante desenvolveu o programa de logística reversa, Suvinil Circula. Essa iniciativa assegura o descarte adequado de sobras e embalagens de tintas, de qualquer marca do setor, viabilizando o coprocessamento de resíduos e a reciclagem das latas, reintegrando os materiais à cadeia produtiva.
O programa, além de solucionar uma demanda importante dos consumidores ao garantir a destinação adequada para embalagens e sobras de tinta, alcançou resultados expressivos. Desde o lançamento de seu piloto, em 2020, até 20 de outubro de 2024, já foram coletadas mais de 64 toneladas de materiais, incluindo latas, baldes plásticos e aerossóis, com ou sem resíduos de tinta. Essa iniciativa contribuiu para a redução de 237,3 kg na emissão de CO₂.
“Os números falam por si só. Todo o trabalho que temos desenvolvido nos últimos anos tem gerado frutos significativos. E o impacto positivo dessas ações vai além dos portões das fábricas, alcançando cada vez mais pessoas. Ao observarmos essas conquistas, temos a certeza de que, apesar de ainda haver um longo caminho a ser percorrido, estamos seguindo na direção certa”, declara Andrea Ferreira, Gerente de Sustentabilidade na Suvinil.
Na reciclagem de embalagens, o aço é reinserido na própria cadeia produtiva do metal, enquanto o plástico é convertido em PCR (post-consumer resin) – uma resina fabricada a partir de resíduos plásticos industriais e materiais pós-consumo. Essa abordagem sustentável permite o reaproveitamento eficiente dos materiais, expandindo suas aplicações e contribuindo para a economia circular.
Além disso, o Suvinil Circula possibilita uma conexão mais próxima e direta com o consumidor, reforçando a reputação da marca no mercado. A iniciativa também oferece aos clientes uma compreensão mais clara sobre o descarte consciente de sobras de tinta e embalagens, incentivando práticas sustentáveis no pós-consumo.
Atualmente, o programa possui 102 pontos de coleta voluntária consolidados em todo o Brasil, distribuídos em sete estados: PR, SP, RJ, SC, ES, MT e MG. A expectativa é seguir expandindo a operação para gerar resultados ainda mais expressivos.
A circularidade na redução de resíduos
A fabricante adota práticas de circularidade que integram o processo produtivo e a gestão de resíduos, promovendo sustentabilidade em todas as etapas. Entre as iniciativas está a redução de resíduos sólidos, alcançada com o uso de bolsas maiores e recicláveis para armazenar matérias-primas, o que gerou uma diminuição de 15% no volume descartado.
A eficiência energética também foi aprimorada com a instalação de tanques maiores, que reduziram ciclos de limpeza e, em conjunto com novos equipamentos, proporcionaram uma economia de 40% no consumo de energia. Além disso, uma dispersão mais eficiente permitiu a redução de 20% no uso de matérias-primas. Toda a água utilizada na operação é reaproveitada, eliminando a geração de resíduos líquidos.
Até o pó é aproveitado. Explicamos: O processo de fabricação de tintas é semelhante ao preparo de uma receita de bolo. Nele, matérias-primas líquidas e em pó são adicionadas ao dispersor, máquina responsável por misturar os ingredientes. Durante a adição dos materiais em pó, parte das partículas pode subir para a atmosfera, como acontece ao colocar farinha na batedeira. Para evitar que essa poeira se espalhe pelo ambiente e seja inalada pelos colaboradores, são utilizados exaustores que capturam o material suspenso, garantindo sua reutilização e mais segurança no processo.
Antes, o pó capturado pelos exaustores era descartado após a limpeza. No entanto, por ser rico em pigmentos e cargas minerais, ele passou a ser reaproveitado na fabricação de algumas linhas de tintas. Na unidade de São Bernardo do Campo (SP), o pó de exaustão é 100% reutilizado na produção do Suvinil Selador Acrílico. Já no parque fabril de Jaboatão dos Guararapes, esse material é direcionado para o Selador Acrílico e a linha Glasu!, conforme a demanda.
Entre 2022 e 2023, a Suvinil reaproveitou mais de 100 toneladas de pó de exaustão em seus processos produtivos, reforçando seu compromisso com uma produção mais segura e sustentável.
O compromisso com a gestão sustentável se estende ao Programa Zero Aterro, que direciona resíduos sólidos e orgânicos para reciclagem ou reuso. Uma das iniciativas desse programa é a Horta Demarchi, onde resíduos do restaurante da fábrica são compostados e transformados em adubo para o cultivo de verduras e temperos, gerando uma integração sustentável entre o restaurante e o espaço fabril.
A Suvinil também inova na gestão de efluentes, tratando a água utilizada na higienização de máquinas e devolvendo-a ao saneamento, enquanto o lodo resultante é convertido em briquetes metálicos para uso na indústria siderúrgica.
Nas embalagens
A marca está empenhada em desenvolver uma cadeia de reciclagem mais eficiente para o polipropileno, um plástico amplamente utilizado em embalagens e utensílios. A reciclagem adequada desse material resulta na produção de plástico PCR (Post-Consumer Recycled) de alta qualidade, que pode ser reintegrado na fabricação de novos produtos. Essa abordagem não apenas reduz a dependência de matérias-primas virgens, mas também minimiza o impacto ambiental causado pelo descarte inadequado.
Desde 2021, a fabricante implementou a inserção de plástico reciclado em seus baldes e lançou um projeto piloto para a limpeza e tratamento dos resíduos gerados pela Construção Civil. Essa iniciativa já resultou no tratamento de 126 toneladas de baldes, gerando plástico reciclado de qualidade para novas embalagens. Atualmente, 40% das embalagens plásticas da Suvinil contém até 20% de plástico reciclado, com a meta de atingir 100% até o final de 2024.
Suvinil reduzindo impactos por onde passa
Aproveitando sua participação nos principais eventos do setor, como Haus Decor e FEICON 2024, a Suvinil ampliou seu impacto positivo ao aplicar os princípios da economia circular na gestão dos resíduos gerados. Materiais dos estandes, incluindo a cenografia, foram destinados a projetos sociais, como Revitaliza Comunidade e Ballet Paraisópolis, promovendo reaproveitamento sustentável e fortalecendo a conexão entre a marca e iniciativas de impacto socioambiental.
“Quando se trata de sustentabilidade e economia circular, nosso compromisso como marca é garantir uma atuação genuína e transparente. Para isso, devemos primeiro engajar todo o ecossistema antes de nos conectarmos ao público. Apenas dessa forma podemos alcançar, instruir e envolver nossos consumidores nesse propósito. Nossas iniciativas reforçam nosso posicionamento e papel dentro da indústria”, conclui Andrea Ferreira.
Suvinil e a BASF, juntas para um futuro sustentável
A Suvinil, em parceria com a BASF, está comprometida com a sustentabilidade e alinhada aos objetivos ambientais da companhia, resultando em uma redução de 50% na pegada de carbono em seus sites. Compartilhando o propósito de criar química para um futuro sustentável, a empresa reconhece a importância de estar atenta às mudanças climáticas e aos objetivos de ESG. A Suvinil também se compromete em assegurar que 40% de suas vendas em 2030 sejam provenientes de produtos mais sustentáveis que o padrão de mercado, além de garantir que 100% das embalagens de seu portfólio contenham conteúdo reciclado.
Jeito E
A elaboração de projetos customizados que beneficiem o meio ambiente e apoiem as iniciativas dos clientes reflete o Jeito E da BASF, que integra produtividade E sustentabilidade. Comprometida com o desenvolvimento sustentável, a companhia se preocupa constantemente com a conservação de recursos naturais, promovendo soluções que otimizam tanto o desempenho dos produtos quanto a proteção do meio ambiente.
As ODSs que o tema atende
Com as atuais iniciativas da marca, é possível cumprir com esta frente cinco dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, sendo eles:
Objetivo 7: Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todas e todos.
Objetivo 9: Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.
Objetivo 12: Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.
Objetivo 13: Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.
Objetivo 15: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.