Chips de Quillay
A solidariedade em prol da transformação verde
Nos últimos anos, os incêndios florestais se intensificaram em todo o mundo, gerando um alerta sobre a vulnerabilidade dos ecossistemas frente às mudanças climáticas. E, segundo os especialistas, a situação está longe de ser resolvida. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) aponta que os incêndios florestais extremos serão 50% mais frequentes até o final do século, afetando diversos aspectos da sociedade, como saúde pública, alimentação, biodiversidade e clima.
Não é de se surpreender que ouvimos falar tanto sobre ESG (sigla para ambiental, social e governança) no âmbito corporativo. Problemas globais como as mudanças climáticas e a desigualdade social se tornaram questões urgentes. Nesse cenário, as empresas precisam ser cada vez mais conscientes de seu papel transformador na sociedade e demonstrar que é possível fazer negócios e, ao mesmo tempo, impactar positivamente os ecossistemas e comunidades onde atuam.
Em empresas como a BASF, o ESG é mais do que uma sigla. É um pilar estratégico de todo o negócio. O compromisso com a responsabilidade social e a sustentabilidade está no centro de todas as decisões tomadas na companhia, que busca identificar as necessidades da comunidade ao seu redor para, então, direcionar recursos com o objetivo de superar diversos desafios sociais e ambientais. Isso é alcançado por meio de ações que incluem doações, programas de voluntariado, parcerias público-privadas, participação comunitária, patrocínio de projetos sociais, entre outras estratégias.
Para ter uma ideia do trabalho realizado, em 2023, 706 mil pessoas se beneficiaram das ações de compromisso social realizadas pela empresa na América do Sul. "Na BASF, acreditamos que nossa responsabilidade social implica estar presente de forma contínua na sociedade civil, não apenas em momentos críticos, trabalhando lado a lado com as comunidades para promover um desenvolvimento sustentável e duradouro", afirma María Jesús López, Gerente de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade do Chile e Peru na BASF.
O desafio das mudanças climáticas no Chile: incêndios na Quinta Região
Um exemplo recente foi a atuação da empresa durante a onda de incêndios que afetou diversas regiões do Chile entre fevereiro e março de 2024, uma das mais devastadoras da última década. As altas temperaturas, os ventos intensos e o longo período de seca criaram condições para que o fogo se espalhasse pelo país, afetando mais de 43 mil hectares de terra.
O Chile tem enfrentado secas nos últimos 15 anos, algo que os cientistas atribuem diretamente às mudanças climáticas. Esse fenômeno afeta principalmente a zona central do país, onde se encontra a região de Valparaíso. Embora no último inverno tenha chovido mais do que em anos anteriores, os especialistas alertam que as consequências da seca ainda estão presentes. E o período de escassez de água foi tão longo que a vitalidade do solo foi afetada. À medida que os solos se tornam mais secos, a vegetação sofre o que os especialistas chamam de "estresse hídrico", o que faz com que a matéria vegetal queime mais facilmente.
Os incêndios no Chile já são considerados um dos três mais mortais do mundo neste século, comparáveis aos ocorridos na Austrália em 2019 e no Havai em agosto de 2023.
O governo estima que é a maior tragédia nacional desde o terremoto de 2010, que causou a morte de mais de 500 pessoas.
Para apoiar o combate aos incêndios, países como Brasil, Argentina, Venezuela, México e Estados Unidos enviaram aviões e equipes especializadas. Além disso, várias empresas se mobilizaram para ajudar as milhares de famílias afetadas. No caso da BASF, o desafio foi ir além de "fazer o bem" e oferecer uma resposta rápida, sustentável e que contribuísse para a recuperação daquela área do país.
O caso do Jardim Botânico de Viña del Mar
Na cidade de Viña del Mar, na região de Valparaíso, o Jardim Botânico Nacional se destaca como um importante símbolo de biodiversidade e beleza natural. Trata-se de um espaço com 73 anos de história, com um objetivo permanente: a conservação da flora nacional. Ali, o desenvolvimento sustentável é promovido por meio da educação ambiental, da pesquisa científica e da manutenção e conservação do patrimônio genético.
Reconhecido como um pulmão verde, o parque abriga uma importante variedade de plantas nativas chilenas, muitas delas em perigo de extinção, e é uma das principais atrações da cidade de Viña del Mar, recebendo cerca de 350 mil visitantes por ano.
No entanto, em fevereiro de 2024, um incêndio de intensidade sem precedentes consumiu 90% do Jardim, queimando árvores centenárias, coleções ornamentais, estufas e reduzindo a paisagem a cinzas.
Mas nem tudo está perdido após o fogo. Segundo uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), embora a vegetação destruída não consiga voltar ao seu estado original, a regeneração dos ciclos de carbono e água, essenciais para a saúde e sustentabilidade das plantas, pode se estabilizar em aproximadamente sete anos. Isso significa que as plantas podem recuperar suas funções de regulação climática e bombear para a atmosfera uma quantidade de água comparável à etapa anterior ao incêndio.
Portanto, apesar do impacto devastador, o Jardim Botânico está em processo de recuperação. A mobilização de cientistas, voluntários e da comunidade local tem sido essencial. E para acelerar esse processo, a BASF se uniu a essa rede solidária.
"Quando soubemos do desastre, nos preocupamos muito com nossa equipe e suas famílias. Depois de entender a magnitude da situação, vimos que o Jardim Botânico também havia sido gravemente afetado", disse Felipe Schneider, Gerente Geral da BASF Chile. "Por isso, nos unimos com o objetivo de ajudar a reconstruir o espaço. Embora seja uma tragédia, há um lado positivo: a solidariedade gerada pela união de pessoas e organizações em prol de uma causa comum", afirmou.
"A tarefa que eles estão enfrentando é gigantesca, as perdas pelos incêndios são imensas e, como gesto de bons vizinhos, queremos apoiá-los dentro de nossas capacidades para fazer química para um futuro sustentável", comentou María Jesús sobre o incidente no Jardim Botânico.
A doação de 30 toneladas de chip de quillay: solidariedade em ação
No coração dos Andes chilenos cresce uma árvore que carrega consigo o poder da natureza há séculos: o quillay (Quillaja saponaria). Sua casca é rica em saponinas, compostos químicos naturais conhecidos por suas propriedades regenerativas, amplamente utilizados em diferentes indústrias, incluindo a química.
Este é o caso da BASF, que já utilizava a madeira de quillay em forma de chips para produzir insumos de seu portfólio agrícola. Na prática, esas cascas de quillay ajudam a reter a umidade no solo e evita a propagação de doenças causadas por insetos, fungos e bactérias, dificultando o crescimento de plantas daninhas. Além disso, favorece a estabilização dos terrenos e é bioestimulante.
Ciente desse potencial transformador, a BASF doou 30 toneladas de cascas de quillay ao Jardim Botânico para favorecer a regeneração natural das áreas afetadas pelo fogo.
Ao melhorar a qualidade do solo, os pedaços de madeira de quillay criam condições favoráveis para o replantio de vegetação. Além disso, por ser uma espécie nativa, o material pode ser facilmente incorporado ao ecossistema local, acelerando a regeneração da flora.
Alejandro Peirano, Diretor do Jardim Botânico, destacou não apenas os benefícios regenerativos do chip de quillay, mas também seu papel no cuidado da terra: "É um material que homogeneiza o solo de forma natural, além de ser totalmente sustentável, pois a árvore é podada e se regenera continuamente". Peirano afirma que a colaboração com empresas como a BASF é essencial para construir um futuro comprometido com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável: "Com essa colaboração, nosso objetivo é criar mais espaços únicos como o Jardim Botânico, lugares de trocas humanas e conexão profunda com a natureza".
"Este jardim representa para nós a consciência da sustentabilidade, o cuidado da natureza e do meio ambiente", complementa o Gerente Geral da BASF no Chile, Felipe Schneider. "Como agrônomo, sei que o quillay tem muitos benefícios e é uma satisfação contribuir com um grão de areia que seja para a reconstrução deste jardim, no espírito que nos caracteriza como empresa, sendo parte da comunidade onde estamos inseridos", finaliza.
Este projeto de recuperação é um exemplo claro de que a sustentabilidade vai além das práticas para mitigar os danos ambientais. Trata-se de resiliência: aprender com os desafios das mudanças climáticas e encontrar soluções que beneficiem tanto a natureza quanto as comunidades humanas que dela dependem.
"Não somos uma empresa que busca apenas relações de curto prazo. Nos preocupamos com o que é duradouro. Durante mais de 10 anos, desenvolvemos programas de compromisso social na Quinta Região, focados em gerar um impacto positivo e de longo prazo nas comunidades locais e no meio ambiente. Nosso objetivo é construir alianças que realmente façam a diferença", explica María Jesús López sobre a estratégia da BASF no Chile.
Para mais detalhes sobre as iniciativas de sustentabilidade da BASF, leia nosso Relatório de Sustentabilidade de 2023. Descubra como estamos fazendo a diferença nas comunidades ao redor do mundo e como você pode se envolver.
Jeito E
Ao se comprometer com a reconstrução do Jardim Botânico, a BASF demonstra que, com solidariedade e resiliência, podemos transformar os desafios climáticos em oportunidades de desenvolvimento sustentável. A iniciativa exemplifica o "Jeito E" da empresa: agir com solidariedade e compromisso com o meio ambiente; promover relacionamentos de longo prazo com as comunidades locais e mostrar que é possível inovar com propósito, beneficiando a natureza e as gerações futuras.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
A doação de cascas de quillay ao Jardim Botânico de Viña del Mar está alinhada com vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas (ONU):
ODS 11 - Cidades e comunidades sustentáveis: Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
ODS 12 - Produção e consumo responsáveis: Garantir padrões de consumo e produção sustentáveis.
ODS 13 - Ação contra as mudanças climáticas: Tomar medidas urgentes para combater as mudanças climáticas e seus efeitos.
ODS 15 - Vida terrestre: Proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerenciar de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e interromper a perda de biodiversidade.
ODS 17 - Parcerias para alcançar os objetivos: Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.