1990-2014
Na grande virada política de 1989/90 e nos mercados emergentes do leste da Alemanha e da Europa Oriental, a BASF rapidamente reconhece as oportunidades de crescimento. Ela adquire o site de Schwarzheide em um dos novos estados da Alemanha e também expande sua presença global, investindo em mercados no sul e leste da Ásia, e construindo os sites de Verbund em Kuantan (Malásia) e em Nanjing (China).
Com 125 anos recém-completados, a BASF inicia os anos de 1990 com sucesso: foi a primeira companhia estrangeira a ser convidada pelo Ministério Japonês da Indústria e Comércio Exterior para participar de um empreendimento conjunto de pesquisa. A empresa também ampliou seu portfólio com a aquisição das atividades de fita magnética do Grupo Agfa-Gevaert, e reestruturou seu negócio de produtos magnéticos, consolidando a produção e as vendas de suas fitas, cassetes e disquetes em uma nova subsidiária, a BASF Magnetics GmbH. Outra fusão foi com a Synthesewerk Schwarzheide AG, na região de Niederlausitz da Alemanha oriental, dando origem à filial BASF Schwarzheide GmbH, fábrica de materiais básicos de poliuretano e especialidades. A Wintershall AG e a empresa Soviética Gazprom, a maior produtora de gás do mundo, concordaram em unir forças para comercializar gás natural da União Soviética, envolvendo planejamento, construção e operação de novos gasodutos e redes de distribuição, bem como a venda conjunta de gás natural na Europa Ocidental.
Em 1991, a companhia inaugurou um novo laboratório de ecologia em Ludwigshafen, cujas responsabilidades incluem análises eco biológicas e ambientais das substâncias individuais, produtos e águas residuais. E em 1992, a primeira fábrica da BASF na China foi instalada em Nanjing, para a produção de resinas de poliéster insaturado (resinas UP) usadas, principalmente, na construção de barcos e contêineres. No mesmo ano, uma fábrica para a produção de tetra-hidrofurano (THF) e politetrahidrofurano (PolyTHF) foi construída em Yokkaichi, no Japão, com o objetivo de abastecer o mercado com materiais de partida para plásticos e fibras elásticas spandex, usados para fazer artigos como meias de alta qualidade e roupas esportivas. Em 1993 a subsidiária da BASF Kali und Salz AG (K + S) se fundiu com a Mitteldeutsche Kali AG (MdK) para formar a Kali und Salz GmbH, a única indústria de potassa alemã. Contudo, a BASF alienou sua participação maioritária na companhia no fim dos anos 1990 e dispôs das últimas ações em 2011.
Ainda no curso da expansão mundial, a BASF iniciou seu novo steam cracker no site da Antuérpia, em 1994, após o investimento 1,3 bilhões de marcos – o maior, até então, na história da empresa - completando o produto Verbund e assegurando um suprimento confiável de matérias-primas petroquímicas. Em 1995, foi a vez de Altamira, no México, inaugurar o novo site da BASF que, estrategicamente posicionado na zona de comércio NAFTA, inicialmente produzia dispersões, processos químicos, Styropor® e corantes. Em 1996, a BASF identificou que seu crescimento estava sendo mais forte na Ásia, assim como seus clientes também estavam expandindo a presença na China, Coréia e Índia, e aproveitou a oportunidade para planejar a construção de uma das maiores unidades do mundo de produção para monômeros acrílicos, localizada em Kuantan (Malásia), em colaboração com a empresa estatal Petronas. Para fechar a década, novos investimentos importantes foram realizados pelo Grupo BASF: em 1997, uma joint venture com a Hoechst deu origem à Targor, empresa com sede em Mainz que combina as operações de polipropileno de ambas em unidades de produção na Alemanha, Holanda, Reino Unido, França e Espanha; em 1998 a BASF Corporation, de Nova Jersey, e a FINA Inc., com sede em Dallas, começaram a construção do maior steam cracker de nafta do mundo em Port Arthur (Texas/USA), que iniciou as operações em dezembro de 2001 enviando propileno, etileno e outras matérias-primas para os sites de Verbund da BASF em Freeport (Texas) e Geismar (Louisiana); e em conjunto com um parceiro sueco, o produtor de sementes Svalöf Weibull, a BASF estabeleceu a sua própria empresa de pesquisas de biotecnologia vegetal - a BASF Plant Science GmbH. O objetivo foi desenvolver novas áreas de negócios na agricultura e nutrição.
Neste período, a BASF também reforçou seu portfólio. No segmento agrícola, a aquisição de parte do negócio mundial de herbicidas de milho da Sandoz AG ampliou as vendas de agentes de proteção das culturas, especialmente na América do Norte. Além disso introduziu no mercado o Brio, fungicida contra mofo que representou um avanço para uma classe inteiramente nova de ingredientes ativos fungicidas - as estrobilurinas. Para chegar até ele, a BASF investiu cerca de 13 anos de pesquisa intensiva e desenvolvimento. No segmento de polímeros, as novidades foram os plásticos biodegradáveis Ecoflex, introduzido no mercado em 1998, e Ecovio, lançado oito anos depois, que são produzidos com até 75% de matérias-primas renováveis.
Outra iniciativa que colaborou com o sucesso do Grupo BASF foi a implantação das análises de eco eficiência, ferramenta que permite a avaliação do ciclo de vida de um produto ou de um processo de produção, "do berço ao túmulo", equilibrando as considerações econômicas e ambientais. A análise considera a matéria-prima, o consumo de energia, as emissões e a gama de opções de reciclagem e eliminação, possibilitando a busca por alternativas caso um produto não seja eco eficiente nem passível de melhoria.
O início dos anos 2000 não deixou de ser movimentado para a BASF. A empresa adquiriu o negócio de proteção de cultivos da American Home Products Corporation (AHP) e o inseticida Fipronil e os fungicidas para tratamento de sementes selecionadas da Bayer CropScience, fortalecendo o portfólio de produtos no setor de proteção de culturas e dobrando as vendas globais da sua divisão de Produtos Agrícolas; e recebeu do governo chinês, junto com sua parceira local SINOPEC, autorização para construir um site petroquímico Verbund em Nanjing, projeto que a fez maior investidora estrangeira no setor químico do país. Além disso, em julho de 2000, a companhia se tornou um dos membros fundadores do Global Compact, iniciativa das Nações Unidas em que ONGs, empresas, negócios internacionais, representantes de trabalhadores e figuras-chave da ciência e da política unem forças para desenvolver estratégias de crescimento responsável. Ao aderir à iniciativa, a BASF comprometeu-se a promover e implementar os princípios relacionados aos direitos humanos, relações de trabalho, proteção ambiental e combate à corrupção.
Em junho de 2001, se tornou uma das primeiras empresas a estabelecer um Conselho de Sustentabilidade, garantindo que os princípios do desenvolvimento sustentável são implementados em todo o Grupo. Neste período, a BASF estabeleceu, ainda, uma nova estrutura organizacional, em que as 38 unidades de negócios regionais e as 10 unidades de negócios globais são projetadas para melhorar a proximidade com o cliente e a presença no mercado, e anunciou suas primeiras metas globais de longo prazo, para a proteção ambiental e segurança. Dessa proposta nasceu o “BASF 2015”, projeto premiado com o The Chemical Company.
No decorrer dos anos seguintes, inúmeros esforços para o crescimento continuado da BASF foram feitos, entre aquisições e desinvestimentos, inaugurações de novas unidades e desenvolvimento de produtos. Como destaque é possível apontar a construção de um centro de serviços regionais compartilhados em Kuala Lumpur, na Malásia, cujo objetivo foi assumir os serviços financeiros e contábeis, tecnologia da informação e recursos humanos para as empresas do Grupo BASF em 15 países na região da Ásia-Pacífico; a inauguração do novo site Verbund integrado, em Nanjing, desenvolvido em conjunto com a empresa chinesa SINOPEC; a aquisição da Engelhard Corporation, principal fornecedor de materiais para catálise e acabamento de superfície – considerada a maior aquisição na história corporativa da BASF; a inauguração do primeiro centro de pesquisa de nanotecnologia na Ásia; o início das atividades da nova planta para a produção de superabsorventes, em Freeport (Texas/USA); um novo site para as especialidades de poliuretano em Pudong (China): a BASF Polyurethanes Specialties, um dos três mais importantes centros de inovação da empresa na Ásia; e a construção de uma nova fábrica em Guaratinguetá (Brasil) para a produção de metilato de sódio, um produto chave necessário para a fabricação de biodiesel de forma eficiente. Além disso, a BASF e a Monsanto fecharam uma colaboração a longo prazo em pesquisa e desenvolvimento, bem como na comercialização de produtos de biotecnologia vegetal, com ênfase em culturas resistentes ao estresse e de maior rendimento.
O grupo instituiu, em meados de 1990, o prêmio "BASF Innovation Award", a fim de destacar a importância da inovação e dar um reconhecimento especial aos funcionários inovadores. Em 1993, o prêmio foi dado pelo desenvolvimento dos pigmentos de efeito Paliocrom® (foto), e do Opus, um fungicida de grãos.
Em 2008 novos passos são dados como exemplo para a indústria química: a BASF se converteu oficialmente em uma Sociedade Europeia de Capitais e passou a ser conhecida como BASF SE (Societas Europaea); e apresentou um relatório abrangente de CO2 demonstrando que seus produtos contribuem para a proteção do clima, diminuindo em três vezes o volume de emissões de gases de efeito estufa usados para produzir, aplicar e descartar tais produtos. Processo apresentado pela primeira vez no mundo.
Próximo de completar 150 anos, a BASF planejou fortalecer sua posição como empresa química líder mundial e, em 2011, descreveu como conseguir tal objetivo por meio da estratégia "We create chemistry" (Nós transformamos a química). Em uma conferência de imprensa, o presidente do Conselho Administrativo das BASF, Dr. Kurt Bock, apontou que a posição de liderança da companhia devia-se à estratégia de sucesso nos últimos anos e que a proposta, agora, era avançar mais e fazer uma contribuição significativa para atender às necessidades da crescente população mundial. Para aproveitar essas oportunidades, desenvolveu quatro princípios:
- Adicionamos valor como uma única empresa
- Inovamos para que nossos clientes sejam mais bem-sucedidos
- Abordamos soluções sustentáveis
- Formamos a melhor equipe
"Resumimos o que fazemos como empresa em nosso objetivo corporativo: Nós transformamos a química para um futuro sustentável", concluiu Bock. Dois anos mais tarde, o presidente do Conselho de Administração reforçou essa ideia em seu discurso na Assembleia Geral Anual: “descobrimos que as tendências estão moldando a sociedade e o que as pessoas solicitam, então procuramos maneiras para atender à essas necessidades. Isto significa pesquisar, desenvolver e testar até sermos capazes de vender um produto novo. É assim que as inovações são criadas e esta ideia está contida em nosso propósito”.
Em 2014, o Grupo BASF já empregava cerca de 112 mil funcionários em todo o mundo, com um portfólio abrangente de produtos químicos, plásticos, produtos de performance, produtos para proteção de lavouras, petróleo e gás, e subsidiárias em mais de oitenta países, fornecendo produtos para parceiros de negócios em quase todas as partes do mundo. Seu conglomerado era formado por seis sites Verbund e aproximadamente 380 outras unidades de produção em todo o mundo.
A BASF celebrou o seu 150º aniversário em 2015.